segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Globo e Ricardo Teixeira

ricardo bonner charge Globo faz as pazes com Ricardo Teixeira


Eu bem que avisei. A reportagem do Jornal Nacional sobre uma (entre muitas) das falcatruas de Ricardo Teixeira era cortina de fumaça. Bravata (leia aqui). Essa turma só morre abraçada. É pacto de sangue.
Neste domingo (28) os principais estádios brasileiros foram tomados por manifestações pedindo a mudança no comando da CBF. A bandeira “Fora Ricardo Teixeira” foi hasteada em todo o país, pelas principais torcidas.
Gremistas, colorados, palmeirenses, flamenguistas, são-paulinos, atleticanos, figueirenses, milhares de torcedores levaram o grito de guerra espontâneo e indignado. Mas a Globo não mostrou uma imagem sequer.
A reportagenzinha do JN era só para disfarçar. Fanfarrões. A Velha Senhora continua ignorando a avalanche de denúncias de corrupção e enriquecimento ilícito que atinge o chefão da CBF, no cargo há mais de 20 anos.
Teixeirão está soterrado em dinheiro, enquanto clubes e federações vão à falência. Um bom negócio, mas só para a máfia do futebol, evidentemente, os gângsteres, como ficamos sabendo pelas palavras do presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, o bom companheiro da turma.
Falência não é figura de linguagem. É possível ver a olho nu a decadência econômica do nosso futebol. Os números são da própria CBF: a média de público nos estádios era de 17.807 torcedores em 2009. Em 2010, uma queda de 17%: 14.800. Em um ano.
Já a média de audiência do futebol na Globo, entre 2001 e 2005, caiu 21% em todo país. Só na Grande São Paulo, maior concentração econômica, 22%. Nesse mesmo período, o custo de 30 segundos de anúncio foi de R$ 142 mil para R$ 236 mil, um aumento de 45% (no auge da crise econômica internacional).
Não é assustador? Esse modelo de gestão criminosa afasta torcedores (com ingressos mais caros e horários absurdos) e anunciantes (que pagam cada vez mais por menos audiência).
Isso para não falar da violência das torcidas uniformizadas, os cambistas, a falta de preparo do policiamento e a evasão dos craques, que rumam cada vez mais jovens ao exterior (onde os clubes são geridos também por profissionais, e não só por bandoleiros).
Como tudo isso é possível? Simples: monopólios encarecem seus produtos, essa é uma lei de mercado. Em nenhum lugar do mundo os ditadores e capitalistas selvagens caíram sem guerra. Porque eles lutam com todas as armas, não cedem à força dos argumentos.
E eles sempre têm aliados: os que se vendem por muito dinheiro. Eles não se separam. Disfarçam que brigam, mas logo fazem as pazes. Só morrem abraçados. Como a Globo e Ricardo Teixeira.
Fonte: Marco Antonio Araujo ( O PROVOCADOR)

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Amiguinhos da onça.


Uma revanche de Ricardo Teixeira contra a Globo seria mais feia que briga de rua. E ninguém vai ser maluco de querer apartar briga de gângsteres. É um daqueles casos raros em que torcemos para que os dois lados percam.
Mas creio que está mais para bravata esta história de que o presidente da CBF ameaça divulgar gravações de diálogos comprometedores para o diretor da Globo Esportes, Marcelo Campos Pinto.
Segundo o jornalista Ricardo Feltrin, do UOL, há conversas gravadas que “revelariam como a Globo manipulou o horário de partidas de times e da seleção, para atender a seus próprios interesses”. E também demonstrariam a arrogância, prepotência e desprezo característicos do chefão global.
Essas gravações seriam usadas como retaliação pela recente reportagem do Jornal Nacional denunciando falcatruas do Teixeirão. Uma espécie de cala a boca senão eu grito.
Acontece que, no fundo, tanto a denúncia do JN quanto o conteúdo das tais conversas são mixarias perto do que está realmente por trás dessa relação promíscua entre CBF e Globo.
UOL, Folha e Lance bateram bumbo meses sobre o caso, mostrando as ações criminosas que os envolvem. Mas só quando a Record entrou na briga, a Globo se viu em um beco sem saída. E cachorro louco acuado...
Por enquanto, o mais provável é que Marcelo Campos Pinto seja fritado. Esse é o modus operandi da família. Basta lembrar como outro grande aliado da Velha Senhora, Fernando Collor de Mello, foi abandonado em praça pública. Ou como, de repente, após meses de silêncio, o movimento das Diretas Já surgiu na telinha da Globo.
Nunca vi gângsteres morrerem abraçados. Nem ratos afogados no porão. O instinto de sobrevivência fala mais alto nessas horas.

Fonte: Marco Antonio Araujo