domingo, 23 de outubro de 2011

Revolucionário, iPod faz dez anos com futuro incerto

Há exatos dez anos, no dia 23 de outubro de 2001, Steve Jobs subia a um palco na sede da Apple em Cupertino, na Califórnia, para anunciar o lançamento do produto que revolucionaria o mercado da música e seria um marco no renascimento da própria empresa, o tocador de músicas iPod.
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Não foi o primeiro e nem o último tocador de MP3, mas foi o que acabou se tornando “a cara” do setor – rivais como Sony, Creative, SanDisk e Microsoft, com o Zune, lançaram concorrentes para o iPod, mas não conseguiram atrair tanta atenção do público ou se tornar um símbolo de status tão forte quando o iPod e seus fones de ouvido brancos. Apesar disso, no Brasil, a onda dos MP3 players ganhou força nas classes mais populares com “iPods geréricos” asiáticos.
Na apresentação do iPod, Jobs falou sobre a paixão que todos nós temos por música.
– A música é parte da vida de todo mundo. Todo mundo. A música está aí desde sempre, e vai existir sempre. Esse não é um mercado especulativo. E como ele é parte da vida de todo mundo, é um mercado grande em todo o mundo. Não existem barreiras.
Na prática, os tocadores de MP3 permitiram que a população criasse uma “trilha sonora” praticamente irrestrita para a vida, carregando milhares de músicas em pequenos aparelhos. O iPod original tinha capacidade de memória de 10 gigabytes, o que permitia guardar cerca de 2.500 músicas. Hoje, o iPod de maior capacidade, com 160 gigabytes, permite armazenar em torno de 40 mil canções.
No total, nesses dez anos, foram vendidos mais de 320 milhões de iPods. Isso foi importante também para o mercado musical, por causa da loja virtual iTunes, que permite comprar canções – até o ano passado, 10 bilhões de músicas haviam sido vendidas por meio desse sistema, que ainda não está disponível no Brasil.
Com isso, o hábito de baixar músicas pela internet deixou de ser apenas um vilão para a indústria fonográfica, e passou a ser também uma oportunidade. Até os Beatles, que antes eram completamente contrários à venda de músicas pela internet, se renderam ao iTunes no ano passado.
O tocador de MP3 representou uma mudança importante no foco da Apple, que deixou de ser apenas uma fabricante de computadores e acessórios para essas máquinas. Uma tendência que ficou ainda mais forte em 2007, com a chegada do iPhone, e do iPad, de 2010.
A questão agora é o futuro do iPod, que é incerto. O primeiro motivo é o interesse da própria Apple: a empresa passou a se focar em outros produtos, como iPhone e iPad, que ganham atualizações todo ano, enquanto o iPod tem recebido poucas novidades – a maior parte das mudanças são mudanças de cor, formato e preço, enquanto os outros aparelhos ganham remodelagens mais completas.
Além disso, as vendas estão em queda. No segundo trimestre deste ano, a empresa vendeu 6,62 milhões de iPods, uma queda de 27% em unidades em relação ao mesmo período de 2010. Enquanto isso, foram vendidos 17,07 milhões de iPhones (alta de 21%) e 11,12 milhões de iPads (crescimento de 166%).
Existem rumores de que a Apple planeja acabar com as versões Classic e Shuffle do iPod ainda neste ano. O Shuffle é o mais compacto entre os modelos do tocador, e não tem tela, o que faz com que ele seja menos atraente para os usuários. Enquanto isso, o Classic ainda usa disco rígido convencional para armazenamento das músicas, e a Apple gradativamente passou a usar outra tecnologia, a memória flash nos aparelhos.
Apesar disso, ainda há certos dados positivos: de acordo com TIm Cook, executivo-chefe da empresa, metade das vendas de iPods são feitas para pessoas que nunca tinham comprado o aparelho antes.

R7.com

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